O furtado dessa vez, pois, é de lá. Seu nome, diga-se, acho que é “coisa”, pelo seguinte motivo: é um poema, parte primeira do que chamou-se de “Três”, mais adiante esclarecido como “Três coisas diferentes, vomitadas cada uma a seu turno” (guardem o vômito). A nós nos interessa, portanto, o primeiro turno: o em versos – sem métrica, com pouca rima e muita dor.
Citado o cânone, vale dizer que vontade de listar o quanto há do pernambucano em tais versos exclui-se logo aqui. A incendiária é ela, por si. Como nesses versos que me parecem ter gosto de arrependimento, que se quer farsa de destino:
-------Sufoco da vida escolhida
-------Se é que escolhida
Seria dor? Dor-doçura (“dói de doçura”) ou dor azeda ("ou de vinagre") então? São os braços da bolsa-vida; ou... não, é muito mais que isso, o poema é um tudo!
Pois então agora vem à tona mais uma vez a poeta, e querendo vomitar de novo para este espaço sideral. Mas o vômito vem pintado de um verde-botânico, ainda que sem flores: onde esperamos o revólver, vem o calmo coqueiro; e a poeta quer engolir o choro.
-------Alguém aceita selar esse segredo
-------que confesso gritando?
Depois dessa, de ouvidos dilacerados, sentidos de aliterações, seguimos pelo percurso-poema até termos os olhos feridos.
Queria o poema não ser visto?
Quem sabe... Para mim há muita coisa ocultada sob suas dezessete faces inevitavelmente drummondianas. Muita coisa ou nem – apenas alguém em casa comendo baratas.