Dei-me o direito de estar aqui – a quase inaugurar esta bodega –, e achei que um jeito bacana (ou aproveitador) de começar nossas abordagens era com o poema primo deste blog, da Natália de Azevedo:
-----diário de abordo I
-----um dia talvez...
-----ou três.
Sorrateiramente, lá nas origens, esse poema veio parar aqui direto das mãos da poeta. Vou lançar sobre ele um olhar vertical e unipolar – redutor, confesso.
Um diário de abordo, o Azulejos Assassinos é o próprio “diário de abordo I”, permito-me dizer.
-----Diário no que é pretendido. Finge-se ser feito dia a dia infatigavelmente então.
-----De abordagem, assim, em primeira pessoa – nem sempre do singular.
-----E um. Do singular para o plural, como ao cabo do poema.
Noves fora isso. Há mais algumas coisinhas a que destino merecido destaque: tem esse jeitinho rítmico de lidar com palavras, bailarineando; essa vontade de escrever com letra pequena (procedimento comum em se tratando de Natália); e o gosto, a princípio, efêmero, que sempre volta.
Com menos destaque, deu para ver uma vontade de dizer mais ali entre os três pontos das reticências e o ponto do fim. Três pontos emparelhados com "um dia" apontando para o fim, que na verdade, ou "talvez", viria em "três". E um ponto fazendo subir os olhos no corpo do poema, eroticamente – da mesma forma como um ponto está no meio de dois.
Enfim, isso tudo me deixou impressionista o bastante para dizer que... de verdade, gostei.
-----diário de abordo I
-----um dia talvez...
-----ou três.
Sorrateiramente, lá nas origens, esse poema veio parar aqui direto das mãos da poeta. Vou lançar sobre ele um olhar vertical e unipolar – redutor, confesso.
Um diário de abordo, o Azulejos Assassinos é o próprio “diário de abordo I”, permito-me dizer.
-----Diário no que é pretendido. Finge-se ser feito dia a dia infatigavelmente então.
-----De abordagem, assim, em primeira pessoa – nem sempre do singular.
-----E um. Do singular para o plural, como ao cabo do poema.
Noves fora isso. Há mais algumas coisinhas a que destino merecido destaque: tem esse jeitinho rítmico de lidar com palavras, bailarineando; essa vontade de escrever com letra pequena (procedimento comum em se tratando de Natália); e o gosto, a princípio, efêmero, que sempre volta.
Com menos destaque, deu para ver uma vontade de dizer mais ali entre os três pontos das reticências e o ponto do fim. Três pontos emparelhados com "um dia" apontando para o fim, que na verdade, ou "talvez", viria em "três". E um ponto fazendo subir os olhos no corpo do poema, eroticamente – da mesma forma como um ponto está no meio de dois.
Enfim, isso tudo me deixou impressionista o bastante para dizer que... de verdade, gostei.
7 comentários:
oi.
Bom. Entrepontos cá estou. Tecendo com a pontinha da agulha vamos ver qual vai ser dessa costura.
À tríade, contem comigo, já estão linkados!
Plunct Plact Zum Podem partir sem problema algum...
É isso aí.
Agora é mão na massa.
Oba oba!
Vai ter crítica aqui! Gostei disso!
Suuuuuuucessssoooooo!!!!!!
Muito boa a idéia!
Bjs
PS: Jô, eu conheço essa musiquinha...
é só não apagar mais que serei um leitor fiel.
Fico no aguardo.
Estarei sempre de volta.
Um abraço,
JEN
Postar um comentário